Fibromialgia Provoca Dor Crônica no Corpo Todo
A fibromialgia é uma síndrome de causa desconhecida, mas que, segundo o Ministério da Saúde, tem fatores emocionais como estresse e ansiedade como fortes influências para o seu desenvolvimento.
Seu principal sintoma é a dor muscular generalizada, o que acaba colocando a fibromialgia em destaque na lista de doenças que trazem incapacitação para a rotina.
Daí a importância de se saber mais sobre origem, formas de diagnóstico e, principalmente, de tratamento.
Vamos começar?
Quais os sintomas da fibromialgia
A Sociedade Brasileira de Reumatologia estima que 2,5% da população do mundo sofra com fibromialgia.
Geralmente, o problema afeta mais mulheres do que homens e aparece entre os 30 e 50 anos. Embora existam pessoas mais jovens e mais velhas com esse diagnóstico.
O sintoma mais importante é a dor que se espalha pelo corpo todo, e é comum que se tenha dificuldade de explicar como e onde essa sensação começa.
Mas o que os especialistas sabem é que a dor pode ser mais intensa no fim do dia.
Assim, os principais sinais de que a condição está instalada são:
- Dor muscular generalizada;
- Dor crônica, ou seja, que dura mais que três meses;
- Maior sensibilidade ao toque no corpo;
- Nenhuma evidência de inflamação nos locais de dor.
Mas não é só isso. Infelizmente, esse sintoma costuma vir acompanhado de outros problemas que trazem ainda mais desconforto para o dia a dia de quem sofre com fibromialgia.
A dor crônica não vem sozinha!
A fibromialgia também pode trazer outros sinais e sintomas que ajudam na sua caracterização (e até no seu diagnóstico).
Os principais são:
- Sono não reparador (a pessoa dorme, mas não descansa);
- Cansaço frequente e sem motivo aparente;
- Desconforto nas pernas ao se deitar (Síndrome das Pernas Inquietas);
- Dor abdominal e alteração no ritmo intestinal (Síndrome do Intestino Irritável);
- Bexiga mais sensível;
- Sensação de amortecimento de mãos e pés;
- Maior sensibilidade a estímulos ambientais (como cheiros e barulhos);
- Distúrbios de humor como ansiedade e depressão;
- Alterações de concentração e memória.
Assim, a fibromialgia costuma afetar bastante a qualidade de vida da pessoa, podendo trazer um alto grau de incapacitação.
Mas, afinal, como uma condição tão desafiadora se desenvolve?
Como vimos anteriormente, não existe uma causa específica para a fibromialgia. Mas vamos ver o que os especialistas sabem sobre sua origem!
Como uma pessoa desenvolve fibromialgia
A origem da fibromialgia não está totalmente esclarecida, e é bastante provável que não exista uma causa única, mas a principal hipótese é uma alteração na percepção da dor.
Seria como se o cérebro estivesse com um “botão de volume” desregulado, ativando o sistema nervoso para sentir dor com mais intensidade.
A condição pode surgir após eventos graves na vida da pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção séria.
Segundo os especialistas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, o mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride até envolver todo o corpo.
Agora, se o principal sintoma da fibromialgia é a dor, como fazer um diagnóstico preciso da doença?
É o que vamos descobrir a seguir!
Como é feito o diagnóstico de fibromialgia
O diagnóstico de fibromialgia é essencialmente clínico, com um especialista (em geral, um reumatologista) investigando a história médica e os sintomas relatados pela pessoa.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, os critérios de diagnóstico da fibromialgia são:
- Dor por mais de três meses em todo o corpo e
- Presença de pontos dolorosos na musculatura (11 pontos, de 18 que estão pré-estabelecidos).
Exames laboratoriais podem ser pedidos para descartar (ou não) outras condições que causam sintomas semelhantes. Mas é importante deixar claro que não existem procedimentos específicos que atestem a fibromialgia.
Ainda assim, fazer um check-up é essencial para ter um quadro clínico completo e entender a origem dos sintomas.
Com isso em mãos, é mais fácil para o médico determinar um tratamento preciso ou mesmo identificar outros problemas afetando a saúde naquele momento.
Doenças reumáticas como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico são comumente associadas à fibromialgia. E é preciso muito cuidado com exames de imagem: nem sempre os achados da radiologia são a causa da dor.
Uma vez dado o diagnóstico de fibromialgia, o que fazer? A seguir, vamos saber mais sobre o tratamento.
Tratamento de fibromialgia busca melhorar a qualidade de vida
Segundo o Consenso Brasileiro de Tratamento de Fibromialgia, publicado na Revista Brasileira de Reumatologia, uma vez confirmado o diagnóstico, a fibromialgia deve ser reconhecida como um estado de saúde complexo, que pede uma avaliação abrangente.
Não só a dor de forma isolada, mas todas as outras condições associadas precisam ser consideradas para um tratamento eficiente.
Isso significa que também é preciso cuidar da fadiga e dos distúrbios de sono, de humor e até de cognição.
Tudo para que a qualidade de vida da pessoa seja reestabelecida e preservada.
O uso de medicamentos pode ajudar nisso. Mas os especialistas deixam bem claro que é o foco do tratamento de fibromialgia está no autocuidado.
Tanto que a principal recomendação é a prática de atividade física, pelo menos, três vezes na semana.
Exercícios aeróbicos devem ser priorizados, mas os de fortalecimento muscular e alongamento também podem beneficiar quem sofre com fibromialgia. Mas tudo sempre respeitando os limites que a dor pode impor ao corpo — aqui, os medicamentos costumam ajudar bastante.
Além disso, o tratamento pode envolver psicoterapia para que a pessoa aprenda a lidar, emocionalmente, com a dor crônica no dia a dia.
Em todo caso, cuidar da fibromialgia pede uma equipe multidisciplinar. Se você se identifica com os sintomas, converse com um médico e busque alívio para a condição quanto antes.